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(RE)DESCOBRINDO-ME


Ouvi falar que a maior mentira é a que contamos para nós mesmos. Pois eu atesto a veracidade desta frase. Tenho mentido para mim mesma e, mentir para si, faz com que acreditemos, vira meio que verdade.
Minha maior hipocrisia é a que tenho imposto aos meus próprios pensamentos. A visão mais sombria de mim, é vista pelos meus próprios olhos.
Reluto em olhar para mim, em refletir sobre quem sou, o que gosto, o que quero... Me perdi de mim. Não sei bem em que momento, mas me escondi, me abafei e fui abafada. Confusa e sem certeza alguma de quem eu era, perdi o contato comigo mesma. Extraviada a noção de quem sou, o que quero, privei-me da motivação, alegria e brilho da vida. Medo, carência, necessidade de ser aceita e amada, idealização distorcida das situações e relacionamentos... Tudo isto contribuiu para que eu me afastasse de quem sou e me perdesse em meio a crises de ansiedade e depressão.
Sarcasticamente, a culpa não é de ninguém. Eu, que por ver as coisas de modo errado, me aprisionei a pensamentos que não eram meus. Sabe, eu sou como uma esponja. Vou absorvendo tudo que vejo, ouço e leio e acabo misturando ideias, preceitos e ilusões.
Eu fui uma criança tímida e medrosa. Atraída pelas artes: dança, música, teatro, literatura, desenho... Permitia a minha mente pensamentos surrealistas e sonhos altos. Pena que a opinião dos outros sempre teve muita importância para mim, como se eu precisasse do incentivo, elogios e aprovação dos outros.
Três “infelizes” opiniões alheias tem me perseguido por anos; “Você não vai ser bailarina.” “Pra que estudar pro vestibular, você é mulher, vai casar, ter filhos e não vai se formar.” “Você é muito bonita e inteligente, não precisa se casar, pode tirar o que quiser dos homens.”(Como assim?! Me chamou de que? Não gosto nem de lembrar...)
As duas primeiras “profetadas” se cumpriram, infelizmente. A terceira tem me chocado tanto que procurei ser um tipo de “Amélia às avessas”. Submissa-rebelde, calava-me vendo a necessidade de falar, falava quando deveria calar. Achando que cedia mais, fingia que ouvia e refletia mais. Busquei entender mais, desejando alcançar as expectativas e idealizações do meu marido (Coisa que NUNCA vou conseguir: atingir as expectativas alheias.) Ironicamente, a culpa não é dele. Ele nem sabe disso. Eu me resignei, ele se adaptou e gostou (eu acho).
Quando o conheci, achei ele lindinho! Parecia que tinha uma luz em volta dele. Ele se mostrou educado, sincero e amigo. Super caseiro e tranqüilo, nunca expunha sua opinião e não participava de conversas polêmicas. Na primeira vez que saímos, eu o chamei de “chato”, “sem opinião” e outros onze defeitos que já não lembro mais. Ele me disse naquela noite: “Bah! Estou contando e tu já achou treze defeitos em mim.” Eu respondi: “ É, mas tu é chato mesmo.”
Sinceramente, eu amei estar com ele desde o primeiro momento.
Neste momento, sei qual foi o meu erro (“O meu erro foi crer que estar ao seu lado bastaria...♫”) Por carência, medo, insegurança e por necessidade de ter ele perto de mim, deixei de sonhar os meus sonhos e sonhei os sonhos dele.
1)     Eu queria casar e ter um casal de filhos. Ele queria ter quatro filhos, nem queria casar. Eu sonhei parte deste sonho. Casamos, só no civil, e esperávamos o dia de sermos pais de quatro crianças lindas e saudáveis...  Quando o Lucas nasceu ele já não queria mais tantos filhos e eu continuei mentindo pra mim. No nascimento da Isabel eu desabei... Quem disse que eu tenho estrutura emocional (e que tenho vontade) de ter quatro filhos?!
2)     Nunca havia pensado em ganhar na loteria, me tornar milionária da noite para o dia. Ele jogava toda semana. Eu reclamava que estávamos jogando dinheiro fora. Por fim, embarquei “nessa” e passei a apoiar e torcer para que ganhássemos. Esta fase passou, mas parece que continuamos esperando os “milhões” caírem do céu.
3)     Eu queria estudar, me formar, ter uma profissão, fazer “um milhão de coisas” diferentes.com tantas expectativas, fiquei confusa e acabei cedendo ao ciúmes, ao comodismo e a vontade dele. Quer saber o pior?! Ele nunca me pediu nada. Nunca me impediu de estudar ou trabalhar. Eu que quis fazer o que achava que ele desejava. Acabei em casa, engordando, sem sonhos e não produzindo nada.
Abro um grande parênteses aqui: As mentiras que conto para mim.
Ø  Eu não tenho sonhos. – Mentira! Claro que tenho, mas os escondi, consciente e inconscientemente. Hoje, tenho até medo de me deparar com eles. Tenho pânico do que terei que fazer e vergonha do que deixei de fazer.
Ø  Eu não produzo nada. – Mentira! A cada dia escrevo um pedaço da minha história. A cada novo dia, lanço sementes para a história daqueles que me cercam. O problema é a forma como tenho escrito essa história, e o tipo de sementes que tenho lançado. Sempre se produz algo. Bom ou ruim. Certo ou errado. Maravilhoso ou medíocre. Eu tenho produzido um pouco de tudo. Falta-me foco, prioridade e objetivo.
Ø  Eu e meu marido somos um. – Mentira! Mesmo que fossemos gêmeos xifópagos, ainda assim, eu seria eu, e ele seria ele. Poderíamos compartilhar alguns órgãos, seríamos obrigados a ocupar praticamente o mesmo espaço, mas ainda assim, seríamos duas pessoas diferentes. Tenho misturado conceitos, mandamentos, orientações e preconceitos. Coisas do tipo: “somos uma só carne”, “a mulher deve ser submissa”, “o amor é sofredor, não busca seu próprio desejo, tudo suporta...” Esqueço que cada um tem a sua personalidade, dada por Deus. Ele nos molda ao darmos liberdade a Ele e ao nos submetermos a sua Palavra. Cada pessoa tem um propósito de vida, dado por Deus. E, eu tenho confundido o compartilhar as nossas vidas juntos com o não ter uma vida própria. Não digo isto só em relação ao meu esposo, mas no que diz respeito a todos os meus relacionamentos – filhos, amigos... É como se eu não pudesse ser, ter e fazer o que quero, sem me sentir culpada e confusa. Tenho confundido até submissão com machismo (não machismo da parte dele, mas meu). Deus, eu sou muuuito machista!
Ø  Eu não sei. – Mentira! Eu que “não quero saber”. É mais cômodo, mais confortável. Assim, não preciso me confrontar com as coisas, situações, pessoas, comigo... è bem mais fácil ignorar algo e deixar passar, do que enfrentar e achar soluções. Pra mim tem sido um mecanismo de defesa, esconder as coisas de mim mesma, consciente e inconscientemente, e deixar pra lá, sem querer refletir e buscar o porquê. Esta tem sido uma das minhas “zonas de conforto desconfortáveis”.
Ø  Eu sou fraca. – Mentira! Afirmando isto, me boicoto. Me sinto impedida de tentar, de agir, de buscar. (Zona de Conforto Desconfortável) Eu reajo muito bem sob pressão. Resisto e suporto razoavelmente às tribulações. É claro que depois que passa o “acontecido”, eu desabo. Mas eu não sou de ferro, né?!
Ø  Eu to passando mal. – Verdade mentirosa! (Pode?!) Situações desconfortáveis, coisas que eu não gosto de fazer, responsabilidades impostas, obrigações me causam mal estar. E, é bem conveniente “estar” mal quando não quero fazer algo: Não preciso fazer e não vou ter que ouvir reclamações; os outros entendem e “deixam passar”. Mais uma zona de conforto desconfortável.
Fecha parênteses.
Pois é, tenho falhado ao não distinguir quem sou, de quem os outros são, com quem eu acho que os outros gostariam que eu fosse.
Eu não tenho como agradar a todos. Os outros “não estão nem aí” se eu os agrado ou não. Eu que necessito de aprovação.
Lembrando daqueles que me auxiliaram a ser quem sou, a primeira figura que vem a cabeça é minha avó, a Dona Edy. Super protetora, amorosa. Sempre esteve presente na minha vida. Me ajudava a fazer os temas, me dava comida, me levava pra escola... Ela me mimou demais. Deixava eu dormir até tarde, me trazia café na cama... Que saudades da minha avó. Se preocupava se eu saia com a sombrinha, se eu estava bem agasalhada, se tinha me alimentado suficientemente. Quem diria que eu sentiria falta destas coisas que me incomodavam. Ela era a única pessoa que entendia a minha TPM (isto, em tempos que nem se falava sobre o assunto). Eu ficava irritada, gritava, batia portas, revirava o roupeiro, e ela ainda dizia: “Deixa ela, vai ficar menstruada”.
Era uma mulher simples e forte. Passou muito trabalho nesta vida: dificuldades financeiras, traições conjugais, autoritarismo por parte do meu avô... Mas via as coisas com bom humor, até que teve depressão. (Assim foram seus últimos cinco anos de vida.) Faladeira, festeira e muito ativa, já cedinho pulava da cama pra cuidar da casa, varrer o pátio e começar o almoço. Não se acomodava com as situações e buscava o que queria, do jeito dela, é claro. Sabia ler, escrever e fazer contas... Não me lembro de vê-la sentir-se inferiorizada ou fracassada. Talvez a depressão tenha sido um sinal de sua fraqueza, ou melhor, de seu esforço em ser forte.
Ela era hipocondríaca. Sempre estava às voltas com sua sacolinha de remédios. Pra pressão, pro coração, pra dor de cabeça, pra depressão e para qualquer coisa que indicassem. Qualquer doença que os outros tinham ela tinha também. Chegou a ficar um tempo internada no Hospital Espírita (eu tinha medo de acabar em um lugar como aquele).
Ela era uma “figura”. Exagera, chegava a ser teatral. Falava muito alto, não tinha vergonha de ser quem era. Uma pessoa maravilhosa e espontânea.
Morreu aos sessenta e cinco anos, de um infarto fulminante. Deitou para dormir e não acordou mais. Que forma mais sossegada de morrer: o coração simplesmente parou, nada de dor, medo, sensações de pânico, espera do “inesperado”.
Outro “formador de mim”, foi meu avô: o Seu Rubens. Um homem trabalhador, honesto, sério, moralista, machista, preconceituoso, orgulhoso, idealista, perfeccionista, autoritário e exigente. Sempre me incentivou (ou cobrou e exigiu?!) a estudar, a buscar coisas grandes, a não me conformar com qualquer coisa, pois “sempre podemos ter, ser e fazer melhor.” Ele tinha poucos amigos devido a sinceridade com que vivia seus princípios, mas era leal e fiel aos mesmos.
Brigamos muito durante a minha adolescência. Eu não aceitava vários de seus pensamentos, aos quais chamava de “moral de cuecas”. Ensina , falava e fazia diferente.
Ele me ensinou a ser honesta, a desejar coisas grandes, a exigir mais de mim e dos outros. Meus pensamentos machistas e minha busca por perfeição, em parte, foram herança dele.
Meu avô sempre trabalhou e batalhou muito. Achava que trabalhar, e colocar o dinheiro dentro de casa eram demonstrações suficientes de amor. Perdeu quase tudo o que tinha, por amizade e ingenuidade (ele tinha um coração enorme); na verdade, eu diria, que por amor. Afinal, não tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos seus amigos.
Orientou-me a escolher boas amizades, a não me “juntar” com a “gurizada do mal”. Preservou-me de muitas coisas, até de ter algumas experiências que, talvez, tivessem sido proveitosas. Mas me sinto feliz de, por causa dele, não ter experimentado drogas (eu tinha tanta curiosidade de saber o que era essa tal “viagem”), não ser fumante, não ter me casado grávida e não ter feito nada de que me arrependa. Um pouco preconceituoso este pensamento?! Talvez. Aprendi com ele.
Aos sessenta e cinco anos, pouco tempo antes de morrer, entregou sua vida a Jesus. Foi muito triste vê-lo doente. Deprimido, chorava, humilhava-se e pedia perdão por tudo que fez. Demonstrou toda sua fragilidade, quase que implorando por atenção e compreensão. Provou de maneira incontestável, que não temos controle sobre todas as coisas. Não somos absolutos nem perfeitos, existem coisas que fogem da nossa vontade. Morreu de embolia pulmonar e hoje descansa com o Senhor.
Agora, aquele que é meu maior referencial. Creio que ao descrevê-la eu quase me descreva: a minha mãe Eliane. Ela é tranquila, batalhadora, sonhadora, alegre, ciumenta, orgulhosa, carente, gastadeira, impulsiva.
“Descansada”, deixa tudo pra última hora e acaba passando trabalho e se estressando à toa (Parece que sou assim...). Sempre tem uma desculpa para se justificar (Não sou assim também?) Conforma-se e adapta-se facilmente às situações (Sei bem como é). Desejosa de incentivo e elogios, busca satisfazer suas carências com prazeres momentâneos (Que coincidência, que nada!).  Ela quer fazer TUDO. Encanta-se com várias coisas e não concretiza tanto quanto gostaria (Sem comentários...). Competente no que faz, aceita desafios e vai em frente, só que não se entrega totalmente. Com certeza poderia fazer melhor do que faz (Alguma identificação comigo? Com certeza!). Amiga, sincera, não consegue esconder seus sentimentos. Seu olhar e expressões dizem tudo que está pensando. (Estou, por acaso, me descrevendo?!). Gosta de ajudar as pessoas, eterna defensora dos seus, chega a encobrir os defeitos do próximo para não ter que tomar atitudes “drásticas”. (Essa sou eu ou ela?). Algumas vezes muda de opinião de acordo com a situação e/ou conveniência. Muitas vezes faz o tipo ”deixa a vida me levar” (Chega!!!)
Minha mãe me ensinou a orar. Semeou em mim a necessidade de encontrar o Deus verdadeiro, real, e vivo! Ensinou-me a gostar da vida, de festas, de estar com os amigos. Eu tenho orgulho da minha mãe. Ela é uma mulher valorosa, que sustenta a sua casa, que trabalha incansavelmente. Ela é mais forte do que eu (ela tem que ser). Consegue manter-se “emocionalmente bem” em meio a muitas tribulações. Ela sempre tem uma palavra amiga e um texto bíblico para entregar a alguém. Sua fé é confiante, cheia de esperança e simplicidade. Ela não complica as coisas como eu, não mistura sua fé com pensamentos ideológicos e filosóficos “encaixotados” num “padrão ideal”. Ela sempre esteve presente na minha vida. Não me imagino sem ela. Dizer que a amo é desnecessário, (Qual filha não ama sua mãe?!). Preciso do carinho e do incentivo dela.
Assim como eu, ela não é de demonstrar um afeto extremado. Nem sempre parece estar atenta a tudo que diz respeito às filhas, mas seu amor é maior que tudo. Ela se preocupa e faz tudo que pode por mim e por minha irmã.
Romântica incorrigível, ela nunca falou mal do meu pai para mim. Isto é o que mais admiro nela. Ela teria todos os motivos (Ele a abandonou grávida. Casou com outra que também estava grávida e nem sequer me registrou), mas pensou no que era melhor pra mim. Mesmo quando casou-se, pensou em mim e me preservou. O coração da minha mãe é maior que o mundo. Ela é maravilhosa!
Outra pessoa com quem convivi boa parte da minha vida, foi minha madrinha: a dinda Têre. Ela era (digo “era”, porque não convivo com ela a mais treze anos. Desde que casei, ela não fala mais comigo) inteligente, responsável, competente, obstinada. Exigente, autoritária e controladora. Senhora de si, sempre tinha razão; seus conceitos, princípios e entendimento das coisas era o único certo. Inflexível e confiante, com sua personalidade forte controlava as situações e a vida dos outros (Por isso se afastou de mim, não conseguiu impor seu pensamento, não pode controlar a minha vida.).
Eu a admirava muito.queria ser igual a ela. Ser independente, segura, estável financeiramente, trocar de carro todo ano, ter meu apartamento, ser dona de mim. Eu só não queria ser solteira, não ter filhos... Foi isto que acabou nos afastando.
Por fim, e não menos importante aquele que tem sido influenciador na minha vida nestes últimos treze anos: Edione, o meu Di, meu esposo. Ele é honesto, responsável, justo, trabalhador, pontual, inteligente, brincalhão. Cumpridor dos seus deveres, faz tudo o que tem que fazer de uma vez para não ter que fazer depois. Organizado, gosta de ver tudo pronto e no lugar. Responsabilidades e compromissos o incomodam. Invocado e irritado, não mede as palavras e chega a ser rude, por vezes grosseiro, demonstrando ironia ferina. Muito família, amoroso e protetor, se preocupa com tudo. “Abraça” tudo, toma para si todas as cargas e responsabilidades, essa é uma das suas formas de demonstrar amor. Carinhoso e carente, necessita de atenção, carinho e atitudes que demonstrem esse amor, afinal, palavras e sentimentos nem sempre dizem tudo... Muito caseiro, vê no lar e na família seu porto seguro, seu lugar de aconchego e descanso. Amigo fiel e sincero, não gosta de festas, mas adora receber os amigos (aqueles verdadeiros, mais chegados que um irmão, aos quais ele respeita e admira – não passam de meia dúzia). Ele não gosta de tumulto, de festividades (Teme confusões e desentendimentos), de assuntos polêmicos... Não discute futebol (Nem gosta muito), política (Quase apolítico), religião (Com certeza não atira pérolas aos porcos). É um sonhador, mas não um realizador. Por vezes acomodado, por vezes precipitado, tentando resolver tudo o mais rápido possível, chega a estressar todos que estão em volta. Observador, discreto, introspectivo, atencioso e prestativo, está sempre pronto a fazer o que lhe pedirem. Ele é prudente e sábio. Quantas vezes ele já me disse as mesmas coisas que a Dra. Sílvia, minha terapeuta... Ele se subestima e menospreza. Ele é e pode muito mais do que pensa. Eu o amo com todo o meu coração.
Ele me conhece como ninguém. Desde quando nos conhecemos ele enxergou a minha essência. Amigo leal, esposo fiel, homem maravilhoso, amante ardente, que me satisfaz plenamente.
Com ele tenho aprendido a ser mais organizada (Eu sou muito desorganizada!). Ele me ensina a ser pontual, a cuidar da casa, a cozinhar, a ter mais praticidade (Eu sou muito enrolada!). Muito amoroso e dedicado, tem me ensinado que só as palavras não bastam. As atitudes são muito mais verdadeiras e objetivas, cumprem melhor seu papel.
Como disse Roberto Freire: “Quem começa a entender o amor, a explicá-lo, a qualificá-lo, a quantificá-lo, já não está amando.” Assim estou aprendendo a amar, sem cobrar, sem esperar, sem querer explicar e sim VIVER esse amor.
E, tudo o que sou, tem um poder influenciador naqueles que me rodeiam, principalmente os meus filhos, que convivem diariamente comigo.
O Lucas meu filho mais velho, tem uma mistura bastante interessante de mim e do Edione. Brincalhão, amigo, brabo, introspectivo, reservado e educado como o pai. Crítico, criativo e “desligado” como eu. Assim como eu, adora aprender, saber coisas novas. Gosta de ler (Pega um livro e não larga antes da última página.). Falante, líder por natureza, espontâneo e ansioso (Tem a quem puxar!). Super animado e empolgado com as coisas que o interessam e sem ânimo algum para outras (A fruta não cai longe do pé!). Tem medo de errar, de não conseguir fazer algo, prefere então não fazer (Essa é herança de pai e mãe!). Esforçado mas não perseverante como eu e o Di. Obediente, responsável, paciente, um pouco inseguro e um pouco carente. Ele é um garoto sensacional. Eu me orgulho muito dele e de suas conquistas. Espero ser um mãe mais segura emocionalmente, para orientá-lo, para que atinja todo o seu potencial, que é enorme.
A Isabel, minha caçula é um encanto. Super espontânea, cheia de “caras e bocas”... Alegre e criativa, de imaginação fértil. Simpática e amigável adora conversar (E como fala!) e brincar com as outras crianças. Ela é muito carinhosa, mas também é geniosa, teimosa e briguenta. Já tem opinião própria, é independente e esperta. Ela é cheia de vida! Não tenho palavras. Ela é como um “dia de festa num parque ensolarado”.
Ela é outra vida, com grande potencial, que Deus colocou aos meus cuidados. E temo falhar, em não conseguir ajudar os meus filhos a desenvolverem os “talentos” que Deus lhes deu.
Por isso, preciso parar de mentir pra mim, de ser hipócrita com meus próprios pensamentos (Tão complacente com os ouros e tão rígida comigo...). Aceitar quem sou e o que penso, tomando minhas atitudes, consciente do que quero e não pelo que penso que os outros querem, é o primeiro passo.
Chega de enxergar a personalidade feia, má e fraca. Chega de sonhar os sonhos que não são meus! Chega de querer agradar a todos o tempo todo! Chega de fugir de mim, por medo de quem sou. Por que penso que o que sou é tão fora do “normal”? Eu que idealizei uma Taís perfeita,, mas tão perfeita que é impossível de existir. Nem procurando no mundo todo eu encontraria alguém como eu idealizaria ser: inteligente, sábia, prudente, modesta, responsável, prática, humilde, disposta, alegre, pacífica, forte, amorosa, carinhosa, conselheira, tranqüila, confiante, segura, generosa, grata, discreta, paciente, altruísta, incansável, ética, honesta, sincera, obstinada, idealista, persistente, perseverante, constante, eficiente, competente, eficaz... Ufa! E todas estas qualidades em seu mais alto grau de idealização e perfeição. Algo mais perfeito e sublime que a mulher de Provérbios 31.
Mãe, esposa, filha, amiga perfeita... Dona de casa, serva do Senhor, profissional perfeita... De onde eu tirei este padrão tão alto e absurdo?! Ora, quem pode ser tão bom e perfeito em tudo?
Começo a entender e a aceitar que ninguém gostaria de conviver com alguém assim, afinal, ninguém é perfeito.
O simples fato de exteriorizar o quanto tenho me escondido atrás de idealizações já está mudando minhas atitudes. O Edione já percebeu, mas não falou nada. Acho que ele se chocou um pouco, mas se calou. Ele deve ter gostado, afinal, eu era assim quando ele me conheceu.
                                   Taís Cristine de Oliveira – Porto Alegre, 18/10/2011.

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